sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Receios de crimes contra a humanidade em Cote d'Ivoire



Fonte: Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

31/12/2010

Peritos da ONU pedem esforços redobrados para conter onda de violações no país da África Ocidental.

Cinco peritos das Nações Unidas dizem estar profundamente preocupados com as contínuas violações dos direitos humanos em Cote d'Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim.

Segundo referiram, fontes credíveis confirmaram que teriam ocorrido ou estavam a ser perpetradas violações forçadas e desaparecimentos involuntários no país.

Violações

A Cote d'Ivoire tem estado mergulhada numa situação de incerteza política, após o presidente em exercício, Laurent Gbagbo, ter-se recusado a aceitar os resultados das presidenciais de 28 de novembro.

As Nações Unidas endossaram a vitória de Alassane Ouattara, apesar de Gbagbo reclamar vitória no escrutínio.

Arma de Guerra

A lista de violações referida pelo Grupo de Trabalho da ONU sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários inclui arbitrariedade nas detenções, execuções sumárias ou extrajudiciais e actos de violência sexual.

Os peritos advertem que, quando cometidos em determinadas circunstâncias, os desaparecimentos forçados podem resultar em crimes contra a humanidade.

Justiça

Segundo frisaram, os que tenham perpetrado actos horrendos devem prestar contas.

A relatora especial da ONU sobre a Violência contra a Mulher, Rashida Manjoo, disse que a violência sexual estava a ser usada como arma de guerra e que mulheres e raparigas estavam sem protecção.

Assistência

Manjoo apela a todas as partes a redobrarem os esforços com vista a evitar que sejam perpetrados actos de violência sexual e que seja oferecida assistência judicial às vítimas.

Por outro lado, o relator especial sobre a Tortura, Juan Méndez, disse que todas as alegações de tortura, maus tratos ou punição cruéis, desumanos ou degradantes, que possam ter ocorrido no contexto das eleições presidenciais de 2010, devem ser investigados de forma imparcial.

Ele refere que os seus responsáveis devem ser levados à justiça para que sejam severamente punidos.

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Brasil faz doação recorde de alimentos para ONU



Fonte: Alessandra Ribeiro, da Rádio ONU em Nova York.

31/12/2010


País entra para a lista de dez maiores doadores do Programa Mundial de Alimentos, com fornecimento de 500 mil toneladas de comida.


O Programa Mundial de Alimentos, PMA, vai receber 500 mil toneladas de comida do Brasil. O volume é a maior doação já feita pelo governo brasileiro e coloca o país na lista dos dez maiores doadores da agência.

Segundo comunicado, os alimentos serão destinados a países em situações de emergência ou afetados por desastres naturais e conflitos, principalmente na África e América Latina.

Fome

A diretora-executiva do PMA, Josette Sheeran, comemorou a contribuição do Brasil. Segundo ela, a doação irá saciar a fome de milhares de pessoas.

O comunicado diz ainda que o PMA pretende trabalhar com a "presidente eleita Dilma Rousseff, ampliando a visão humanitária e a liderança do país na luta contra a fome."

Em visita ao Brasil este ano, a diretora-executiva do PMA conheceu de perto o programa Fome Zero, implantado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A diretora acredita que o Brasil pode ajudar a promover políticas de combate à fome, compartilhando experiências com outras nações emergentes.

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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

El año termina con diez periodistas muertos / O ano termina com dez jornalistas mortos

Fonte: Página 12 - Honduras

El presidente Porfirio Lobo vincula los crímenes a la delincuencia común, quitándoles contenido político. Siguen impunes la mayoría de los asesinatos de los trabajadores de medios cometidos después del golpe de Estado.

Otro periodista fue asesinado ayer en Honduras, con lo que ya suman diez los trabajadores de prensa asesinados en 2010. Mientras el presidente Porfirio Lobo vincula estos crímenes a la delincuencia común, las organizaciones de derechos humanos denuncian que la represión sigue creciendo en Tegucigalpa.

Al salir de su casa ubicada en el municipio de la Masica, Atlántida (norte), Henry Souza se desplomó. Varios sujetos, aún no está confirmado el número, lo acribillaron a balazos. Según relataron los vecinos de la zona, los atacantes tuvieron tiempo para fugarse en bicicleta. Al cierre de esta edición, no se había dado a conocer información oficial acerca del asesinato del comunicador, que era corresponsal de la importante emisora HRN en la ciudad de La Ceiba y que también trabajaba en el canal Cablevisión del Atlántico.

Jorge Abilio Díaz, propietario de esa emisora televisiva, dijo que el crimen habría sido perpetrado por sicarios y agregó que conocería los posibles móviles del asesinato. Según publicó la prensa local, el padre de Suazo sería un reconocido dirigente campesino en ese sector. “En ese lugar, hay una lucha de las comunidades por el uso de los ríos. Puede ser que Souza haya prestado su micrófono a la población y esté vinculado a eso su asesinato, aunque no lo tengo confirmado”, explicó a Página/12 Bertha Oliva de Nativí, coordinadora del Comité de Familiares de Detenidos-Desaparecidos en Honduras (Cofadeh).

Con el asesinato de Souza, son diez los periodistas que fueron asesinados en Tegucigalpa. Según publicó el diario hondureño La Tribuna, las víctimas son Joseph Hernández Ochoa (Canal 51), David Meza (Radio El Patio), José Bayardo Mairena y Víctor Manuel Juárez (Radio Súper 10), Nahum Palacios (Televisión del Aguán), Luis Chévez (emisora W105), Georgino Orellana (canal de San Pedro Sula), Nicolás Asfura (periodista radial) y Luis Arturo Mondragón, director de noticias del Canal 19 de El Paraíso. La organización Campaña para un Emblema de Prensa dio a conocer el lunes una lista con los países más peligrosos para ejercer el periodismo. No por casualidad, Honduras ocupó el tercer puesto, detrás de México y Pakistán.

Las organizaciones de prensa y los organismos de derechos humanos denuncian que sigue impune la mayoría de los asesinatos de los trabajadores de medios cometidos después del golpe de Estado que arrancó del poder al presidente Manuel Zelaya en junio de 2009. El actual mandatario hondureño, Porfirio Lobo, intentó en varias ocasiones sacarles el tinte político a estos crímenes y desligar al gobierno de la responsabilidad por la muerte de los periodistas. Según el gobernante, los homicidios se deben a la “violencia criminal” que sacude al país. “Hay una fina estrategia para justificar toda la persecución que hay y para que ésta aparezca como un crimen común”, declaró Oliva de Nativí.

La violencia y la represión están a la orden del día en Tegucigalpa, según hacen saber las organizaciones humanitarias. El Comisionado Nacional de los Derechos Humanos reconoció que en los primeros seis meses de 2010 hubo un promedio de 16 muertes violentas por día. “En el primer semestre de 2010, la tasa nacional de homicidios por cada 100.000 habitantes fue de 36 y podría llegar a 72 al final de 2010 de mantenerse la tendencia actual”, indicó Custodio en un informe reciente. En 2009, Tegucigalpa había registrado una tasa de homicidios por habitante que multiplicaba por ocho al promedio mundial, que el Informe Mundial de la Violencia y la Salud estableció en 8,8.

La semana pasada, Human Rights Watch (HRW) emitió un informe y una recomendación para que el gobierno de Honduras investigue 47 casos de agresiones o amenazas y otros 18 asesinatos cometidos desde enero de este año contra periodistas, militantes políticos y defensores de los derechos humanos. “A pesar de que el presidente Lobo expresó su preocupación por estos casos, en los últimos seis meses atacó directamente a las organizaciones de derechos humanos, a las que acusó de tener intereses políticos”, dijo a este diario Wilfredo Méndez, director del Centro de Investigación y Promoción de los Derechos Humanos en Honduras (Ciprodeh). Méndez dijo que aún las organizaciones no manejan cifras definitivas, pero que en 2011 se presentará la investigación que está llevando a cabo la Comisión de la Verdad, de la que es cofundadora Nora Cortiñas, Madre de Plaza de Mayo.

Informe: Luciana Bertoia.

Nota: Não publiquei a foto do jornalista assassinado por não achar necessário. Clique aqui para ler a matéria original.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Conselho dos Direitos Humanos da ONU debate situação em Cote d'Ivoire



Fonte: Rádio ONU
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.


Proposta de resolução apela às partes do país a cessarem violações; situação de instabilidade provocou pelo menos 173 mortos.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas vai ter uma reunião de emergência, esta quinta-feira, em Genebra, para discutir a situação em Cote d'Ivoire, também conhecida por Costa do Marfim.

A alta comissária adjunta dos Direitos Humanos, Kyung-wha Kang, disse ao conselho que a situação dos direitos humanos está a agravar-se no país da África Ocidental.

Incerteza

Segundo referiu, na semana passada ocorreram pelo menos 173 mortes, 471 prisões e 24 desaparecidos.

A Cote d'Ivoire tem estado mergulhada numa situação de incerteza política após o presidente em exercício, Laurent Gbagbo, ter-se recusado a aceitar os resultados eleitorais nas presidenciais de 28 de novembro.

As Nações Unidas endossaram a vitória de Alassane Ouattara, apesar de Gbagbo reclamar vitória no pleito.

Linha de Ajuda

Segundo a alta comissária adjunta, uma linha de ajuda especial, lançada pela Operação das Nações Unidas em Cote d'Ivoire, recebe cerca de 300 chamadas por dia sobre alegadas violações dos direitos humanos.

Em comunicado lido pela sua porta-voz, Kyung-wha Kang condenou igualmente o uso da rádio e televisão nacional e de alguns jornais privados, por apoiantes de Laurent Gbagbo, para o incitamento público a actos de violência.

Segundo a porta-voz, o incitamento ao ódio e à violência não são permitidos à luz do direito internacional. Ela refere que os incitamentos são puníveis ao abrigo do direito internacional. Segundo declara, tem sido impossível investigar todas as alegações de graves violações dos direitos humanos incluindo informações sobre a existência de valas comuns, devido a restrições de movimentação do pessoal da ONU.

Uma proposta de resolução a ser submetida ao órgão apela a todas as partes em Cote d'Ivoire a cessarem com violações aos direitos humanos, respeitarem a vontade popular, restaurarem a democracia e ao estado de direito.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Unesco quer maior proteção para jornalistas em áreas de conflito


Fonte: Rádio ONU
Alessandra Ribeiro, da Rádio ONU em Nova York.


Comitê de Proteção aos Jornalistas revela que pelo menos 42 profissionais do setor foram mortos em 2010.

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, reforçou o apelo para que a liberdade de imprensa seja garantida.

A diretora-geral da agência, Irina Bokova, pediu maior segurança para jornalistas e outros profissionais de mídia em áreas de conflito ou de instabilidade.

Mortes

Segundo um relatório do Comitê de Proteção aos Jornalistas, CPJ, pelo menos 42 profissionais foram mortos em 2010.

Irina Bokova diz que, apesar das mortes terem diminuído em relação a anos anteriores, o número ainda é "muito alto e inaceitável".

O levantamento do CPJ mostra que os ataques suicidas e os protestos violentos aumentaram a proporção de mortes.

Ranking

O Paquistão lidera o ranking de países com o maior número de jornalistas mortos em conflitos: oito profissionais. Em seguida vem o Iraque, com quatro. Honduras e México tiveram o mesmo número de jornalistas mortos: três.

A diretora-geral da Unesco também lamentou a morte do jornalista da rede de TV Al-Anbar, Omar Rasim al-Qaysi, durante um ataque suicida no Iraque, no último dia 12 de dezembro.

Ela pediu que países com áreas de conflito "façam o possível para melhorar as condições de segurança de trabalho dos jornalistas."

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ban apela o presidente Gbagbo a deixar o poder em Cote d'Ivoire


Fonte:Alassane Ouattara
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque


Secretário-Geral da ONU alerta que qualquer ataque contra as forças de manutenção da paz da organização é um ataque à comunidade internacional.

As Nações Unidas redobraram os seus esforços para resolver a crise pós-eleitoral em Cote d'Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim.

A organização lançou um apelo ao presidente cessante, Laurent Gbagbo, que deixe o cargo, face à vitória de Alassane Ouattara.

Rumo Perigoso

No início da conferência de imprensa do fim do ano, em Nova Iorque, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, alertou para o rumo perigoso da situação que se saldou em pelo menos 12 mortos.

O Secretário-Geral adverte contra quaisquer medidas tendo como alvo o Hotel Gulf, na capital, Abidjan, onde estão estacionadas as forças de manutenção da paz da ONU e Ouattara está hospedado, devido à recusa de Laurent Gbagbo em deixar o palácio presidencial.

Segundo Ban, qualquer ataque contra as forças da organização constitui um ataque à comunidade internacional. Ele enfatizou que os responsáveis pela perda de vidas civis deverão prestar contas.

Contactos com Líderes

O Secretário-Geral disse estar em contacto com vários líderes africanos.

Na capital marfinense, o chefe da Missão das Nações Unidas em Cote d'Ivoire, Unoci, Young-Jin Choi, conferenciou com o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, sobre formas para resolver a crise.

Um comunicado da Unoci refere ter sido o mais recente de uma série de contactos regionais e transcontinentais para assegurar que "seja respeitada a vontade do povo marfinense, expressa nas urnas a 28 de novembro".

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Lula rejeita chefiar ONU e diz temer poderio dos EUA

Fonte: Estadão online / REUTERS

Em sua última participação em uma reunião do Mercosul antes do fim do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou estar à frente a secretaria-geral da ONU e disse que teme que os Estados Unidos queiram ocupar todos os espaços na entidade.

Lula foi aclamado pelos demais presidentes presentes no encontro, realizado em Foz do Iguaçu (PR), e recebeu o incentivo do boliviano Evo Morales para ocupar a secretaria-geral da ONU.

"Eu só posso compreender a indicação como um gesto de cortesia do meu companheiro Evo Morales", disse Lula a jornalistas.

Lula voltou a defender um técnico para a secretaria-geral da ONU.

"Eu acho que a ONU precisa ser dirigida por algum técnico competente da ONU. Não pode ter um político forte na ONU, porque não pode ser maior que os presidentes dos países e eu fico meio preocupado se virar moda presidentes de países presidirem a ONU", disse Lula.

"Daqui a pouco os EUA estão disputando, além do Conselho de Segurança, também o controle das Nações Unidas e aí tudo ficará mais difícil", completou.

Disse ainda que, aos 65 anos, não vai "pendurar a chuteira" e que vai continuar fazendo política organizando os partidos da América Latina e levando experiências bem-sucedidas do Brasil a países da África.

"O Brasil tem políticas sociais extremamente exitosas e isso poderá servir de base para aplicação em outros países se eu respeitar as peculiaridades de cada país", disse.


(Reportagem de Raymond Colitt)

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Jornalista cubano recebe prêmio de direitos humanos, mas é impedido de participar de cerimônia

Fonte: Portal Imprensa

O jornalista Guillermo Fariñas, dissidente cubano que fico ficou mais de quatro meses em greve de fome pela liberdade de presos políticos, não pode deixar seu país para receber o prêmio de direitos humanos Sakharov, concedido pela União Europeia aos "indivíduos excepcionais que combatem a intolerância, o fanatismo e a opressão".

Nesta quarta-feira (15), em solenidade em Estrasburgo, na França, o prêmio foi entregue simbolicamente ao jornalista, que não obteve autorização do governo cubano para deixar a ilha. Para compensar a ausência, o dissidente enviou um vídeo à premiação.

"Isso (o vídeo) é uma prova irrefutável que infelizmente nada mudou em Cuba", afirmou Fariñas, segundo informa o Estadão.com.

Catherine Ashton,chefe da diplomacia da União Europeia, lamentou a ausência de Fariñas e pediu a "libertação incondicional" de todos os presos políticos cubanos. "Quero parabenizar Fariñas, que recebeu o prêmio em nome de todos aqueles que lutam em Cuba por mais liberdade e pelos direitos humanos", disse.

"A União Europeia continuará abordado o tema dos direitos humanos com as autoridades cubanas e neste contexto saúda a recente libertação de um número determinado de prisioneiros políticos. Esperamos que esse processo leve à liberdade todos eles", concluiu.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mais de 3 milhões de pessoas assinam a petição da FAO para acabar com a fome


Fonte: Site da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil

Na América Latina e caribe o número ultrapassou 600 mil assinaturas

Brasília, 6 de dezembro de 2010 - Mais de três milhões de pessoas no mundo assinaram a petição do projeto “1billionhungry” da Organização das Nações para Agricultura e Alimentação (FAO). Esse número foi apresentado pelo diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, aos governos do mundo em uma cerimônia realizada na sede da FAO, em Roma, para pedir a erradicação da fome e que o tema seja prioridade nas agendas dos governantes. A campanha teve início no mês de maio.

“Pessoas de todo mundo pedem mudanças, pedem, também,aos líderes políticos a atuarem e resolverem as causas da fome e segurança alimentar”, afirmou Diouf. “Espero sinceramente que suas vozes sejam ouvidas. Derrotar a fome é um objetivo realista em nosso tempo, sempre que se aplicam soluções duradouras a nível político, econômico, técnico e financeiro”, acrescentou.

As últimas estimativas da FAO, mostraram que o número de pessoas famintas no mundo chegou a 925 milhões. No ano passado, a crise econômica mundial e a alta dos preços dos alimentos ultrapassaram a barreira de um bilhão de pessoas com fome no mundo.

Das cerca de três milhões de assinaturas, a América Latina e o Caribe contribuíram com 619.700 assinaturas. "O grande apoio de pessoas da região demonstra que os países da América Latina e o Caribe estão comprometidos com a erradicação da fome, confirmando seu compromisso para acabar com esta injustiça social", disse o Representante Regional da FAO, José Graziano da Silva.

Dos países da América do Sul, o Brasil obteve 240.838 assinaturas. “Esta campanha demonstrou mais uma vez que o Brasil está comprometido com a causa do combate a fome, e que todos os setores da sociedade brasileira estão engajados nessa causa nobre”, afirmou o representante da FAO no Brasil, Hélder Muteia.

Brasil: compromisso com a luta contra a fome - Nos últimos anos, o Brasil promoveu importantes avanços institucionais para garantir o direito à alimentação, como a inclusão do direito à alimentação entre os direitos sociais assegurados na Constituição, e a promulgação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional e da lei que determina que 30% dos produtos que abastecem a merenda escolar sejam comprados de agricultores familiares.

Apoia à campanha – Importantes líderes políticos latinoamericanos e caribenhos se somaram ao projeto: O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta da Argentina, Cristina Fernández Kirchner, o presidente de Honduras, Porfirio Lobo, o da Guatemala, Álvaro Colóm Caballeros, e da República Dominicana, Leonel Fernández apoiaram a iniciativa e assinaram a petição.

Outras personalidades destacadas como a primeira dama da República Dominicana, Margarita Cedeño de Fernández e a de El Salvador, Vanda Pignato, o enviado especial das Nações Unidas para mudança climática, Ricardo Lagos, e a secretária geral adjunta da ONU Mulheres, Michelle Bachelet,

Os Embaixadores da Boa Vontade da FAO e outras personalidades também assinaram a petição, entre eles cabe destacar os cantores Gilberto Gil, Fanny Lu, o músico cubano Chucho Valdés, o grupo mexicano maná, e a escritora chilena, Isabel Allende.

No Brasil, o projeto contou com diversos apoios, entre eles, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea Nacional e Consea/RS), Rede Nacional de Mobilização Social (COEP), Agências do Sistema das Nações Unidas, Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Ministérios, Defensoria Pública/SP, Ministério Público Estadual/RS, FETAG/RS, Emater/RS, Emater/DF, Embrapa, Contag, Visão Mundial, Portal do Voluntariado, Planeta Voluntários, Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), e universidades como Unisinos/RS, UFRGS, IPA/RS, Escola de Saúde Pública/RS, UniCeub e IESB, entre outras instituições.

A campanha entra numa segunda fase para obter mais assinaturas.

Outras informações:
Lídia Maia – Assessora de Comunicação FAO Brasil
Fone: (61) 8455-1289 – lidia.silva@fao.org

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Para embaixador palestino no Brasil, reconhecimento formal ajuda no processo de paz

Fonte: Uol
Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo


O Brasil reconheceu esta semana pela primeira vez, de modo formal, o Estado palestino "nas fronteiras de 1967", em carta enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Para o maior representante diplomático palestino no Brasil, a medida é “grande avanço”.

“É um momento de alegria para o povo palestino, porque vem em concordância com o justo direito de nosso povo ter nosso próprio Estado e é um reflexo da política justa e equilibrada do governo brasileiro, do senhor Luiz Inácio Lula da Silva e de seu chanceler, Celso Amorim”, afirmou o embaixador Ibrahim Al Zeben ao UOL Notícias.

Questionado pela reportagem sobre as consequências deste reconhecimento para as negociações de paz no Oriente Médio, o embaixador palestino afirmou que “com certeza ajuda”.

“Está baseado no direito internacional”, argumentou Al Zeben, “Deve contribuir para uma paz justa”.

O reconhecimento brasileiro foi uma resposta a um pedido manifestado em uma carta enviada por Abbas a Lula no final de novembro. "Enquanto expressamos a Vossa Excelência o nosso orgulho das valorosas e históricas relações brasileiro-palestinas, que refletem suas posições firmes em relação ao nosso povo ao longo dos anos e em nossos recentes encontros, esperamos, nosso caro amigo, que Vossa Excelência decida tomar a iniciativa de reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967", escreveu Abbas.

“Por considerar que a solicitação apresentada por Vossa Excelência é justa e coerente com os princípios defendidos pelo Brasil para a Questão Palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o Estado palestino nas fronteiras de 1967”, respondeu Lula, em 1º de dezembro.

Segundo o embaixador Al Zeben, a carta é suficiente para configurar reconhecimento formal. Dessa forma, o Brasil se torna o quinto país na América a reconhecer o Estado palestino, ao lado de Cuba, Nicarágua, Venezuela e Bolívia, segundo o diplomata. Ao todo, mais de cem países reconhecem o Estado palestino.

Histórico

O Brasil já reconhecia desde 1975 a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como instituição legítima de representação dos palestinos. Em 1993, o Brasil autorizou abertura da Delegação Especial Palestina no país, com “status” diplomático semelhante às representações das Organizações Internacionais. Em 1998, o tratamento concedido à Delegação foi equiparado ao de uma Embaixada, para todos os efeitos. As informações são do Itamaraty.

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

AL pode evitar dano ambiental irreversível


Fonte: Radio das Nações Unidas (ONU)
BRUNO MEIRELLES
da PrimaPagina


Relatório da ONU alerta para necessidade de América Latina substituir modo de exploração de recursos naturais por plano mais sustentável


A manutenção de práticas não sustentáveis de exploração de recursos naturais na América Latina e Caribe vai levar ao registro de danos praticamente irrecuperáveis, que afetarão diretamente o crescimento econômico da região. É o que afirma o relatório “The Importance of Biodiversity and Ecosystems in Economic Growth and Equity in Latin America and Caribbean: A Regional Economic Valuation of Ecosystems" (A Importância da Biodiversidade e dos Ecossistemas para o Crescimento Econômico e a Igualdade na América Latina e Caribe: Uma Valoração Econômica dos Ecossistemas, em tradução livre).

O estudo, conduzido pelo PNUD em parceria com PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), UNCTAD (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento) e outros órgãos e agências, tem como objetivo alertar autoridades e empresas sobre os riscos de se empreender tais atividades.

O relatório traz ainda uma série de recomendações em áreas como agricultura, pesca, produção farmacêutica, serviços hídricos, áreas protegidas e turismo para que os países da região realizem a transição para um modelo de manejo ambiental mais sustentável por meio de políticas que o tornem economicamente competitivo com o exploratório no curto prazo. Isso pode ser feito por meio de subsídios, isenções tributárias, pagamentos por serviços ambientais e esquemas de certificação.

Segundo o documento, a América Latina e o Caribe são “superpotências da biodiversidade”, pois concentram cerca de 40% das espécies do planeta e reúnem cinco dos dez países com maior riqueza biológica no mundo: Brasil, Colômbia, Equador, México e Peru.

"A América Latina e o Caribe possuem um dos maiores capitais naturais do mundo", diz Heraldo Muñoz, Secretário-Geral Adjunto da ONU e Diretor do PNUD para a região. "As políticas recomendadas em nosso relatório possuem o potencial de transformar modelos tradicionais de desenvolvimento – elevando a qualidade de vida de milhões de pessoas ao preservar e recuperar nossa biodiversidade e serviços ligados ao ecossistema."

No entanto, esse potencial não está sendo utilizado para reduzir a desigualdade, alerta o estudo. Apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) da região ter crescido continuamente entre 2002 e 2008, um em cada quatro habitantes locais ainda vivia com menos de US$ 2 por dia. Estima-se que todos os anos seja derrubados 4 milhões de hectares de bosques tropicais na região, e os membros carentes da sociedade são os que mais dependem deles para sobreviver.

Entre os elementos responsáveis pela degradação dos sistemas naturais destacam-se a destruição e alteração de habitats, a superexposição e o uso não sustentável dos recursos, práticas equivocadas de gestão de terras, contaminação terrestre e aquática, propagação de espécies exógenas que afetam a estrutura dos ecossistemas e mudança climática.

"As empresas precisarão entender melhor e quantificar o quanto podem se beneficiar e que impacto geram na biodiversidade e nos serviços ligados ao ecossistema", afirma Enrique Iglesias, titular da Secretaria-Geral Iberoamericana e membro da Comissão de Biodiversidade, Ecossistemas, Financiamento e Desenvolvimento do relatório.

Recomendações de transição

O estudo identifica que os obstáculos para a adoção de um modelo de manejo sustentável na região incluem o preço demasiadamente baixo cobrado por áreas florestais, água e fertilizantes, o que estimula a superexploração dos recursos. Além disso, a transição implica em investimentos em tecnologia, capacitação e em abrir mão dos ganhos regulares no curto prazo, até que o novo sistema comece a dar lucros.

Para superar essas barreiras, o estudo recomenda que os governos locais façam uma análise das vantagens e desvantagens de uma política que maximize a produção e vise lucros no curto prazo e de outra que preserve os recursos dos ecossistemas.

Além disso, o documento destaca a necessidade de desenvolvimento de instrumentos de compensação para as perdas ambientais, fazendo com que os responsáveis por contaminar ou danificar recursos compensem o Estado por isso, dando maiores condições para que se invista na conservação.

Agricultura

A atividade tem vital importância para a economia da América Latina e Caribe, representando 44% de suas exportações em 2007 e empregando cerca de 9% da população local. Apesar de sua relevância, mais da metade das pessoas que vivem no campo está abaixo da linha da pobreza. Um dos principais problemas do setor é a adoção de um modelo que não respeita a capacidade produtiva do solo e vai provocando sua erosão, o que torna o negócio cada vez menos lucrativo, visto que aumentam os gastos com tecnologia, agrotóxicos e mão de obra para que a produtividade seja mantida.

O estudo sugere ainda que mais da metade das áreas florestais que são derrubadas para a criação de gado acaba abandonada por causa da degradação do solo. Enquanto nos primeiros quatro anos a média por hectare é de dois animais, após este período a taxa cai para apenas 0,3.

Outro fator preocupante é elevado o uso de agrotóxicos. Se, por um lado, ele triplicou a produtividade na região desde 1960, por outro estima-se que sejam aplicados anualmente 30 quilos de pesticidas por hectare, dez vezes mais do que nos países desenvolvidos. Isso leva a um aumento de gastos para o tratamento das enfermidades causadas por essas substâncias, especialmente no caso de trabalhadores que são muito pobres, em que os tratamentos representam uma pesada carga financeira.

Já culturas de exportação, como a soja, podem trazer benefícios econômicos aos agricultores da ordem de US$ 180 milhões. Porém, seus custos, considerando os danos ambientais causados pela destruição de habitats para aumentar as superfícies cultivadas, ficam entre US$ 762 milhões e US$ 1,9 bilhão.

Para reverter essa situação, o documento destaca a importância de se disseminar a visão de que as terras agrícolas não oferecem apenas comida. Com uma boa gestão, elas também podem fornecer serviços como os de captura de carbono, regulação da qualidade da água e conservação da biodiversidade.

Entre os exemplos positivos citados no documento destaca-se a adoção de adubos orgânicos na região Sul do Brasil, que aumentou a renda agrícola anual em US$ 98.460 para o milho, em US$ 56.071 para a soja e em US$ 12.272 para o feijão. Já no México, a rotação de cultivos de feijão e abóboras aumentou a produtividade entre 47% e 74% em relação à monocultura.

Pesca

De acordo com o relatório, das 49 populações de peixes da América Latina e Caribe sobre as quais existem dados disponíveis, apenas 12% apresentam algum potencial para aumentar a produção. Cerca de 30% delas têm sido exploradas de forma moderada ou completa e, portanto, estão se aproximando de seus limites de sustentabilidade. Outros 12% são totalmente explorados ou superexplorados. Mais de um terço (35%) das unidades populacionais estão além do seu limite ou esgotadas, enquanto 10% estão se recuperando.

Essa situação é possibilitada por fatores como a sobrecapacidade das frotas marítimas, os subsídios que a pesca predatória encontra e a falha no controle legal, já que muitas vezes não há qualquer regulamentação ou registro. Como consequência, a perda de produtividade implica em custos mais elevados de viagem, já que, em resposta à deterioração, a frota deve mover-se para áreas cada vez mais distantes da costa.

Como a maioria dos recursos do setor estão em níveis críticos de exploração, o estudo recomenda a reconstituição das unidades populacionais de peixes, criando cotas ou reduzindo a capacidade de pesca para níveis que correspondam à produtividade dos recursos, além de reorientar os subsídios do setor.

Produção farmacêutica

O relatório alerta que as operações florestais predatórias na região são viabilizadas por condições como abundância relativa de recursos, presença limitada do governo, extração ilegal de madeira, falta de direitos de propriedade de terras bem definidos, subsídios perversos e insuficiência de informações sobre os custos reais da degradação. Esta situação faz com que os recursos florestais sejam vistos como bens livres, e o Estado deixa de se beneficiar com a renda resultante da sua extração.

Além disso, a produtividade do setor depende de vários elementos, como chuva e umidade do solo, reciclagem de nutrientes, fertilidade, polinização e controle de pragas. Caso algum destes fatores sejam alterados significativamente, as florestas podem mudar sua natureza, ou mesmo entrar em colapso. Por isso, estima-se que a adoção de técnicas de baixo impacto e uma redução de 10% nas taxas de desmatamento anual na América Latina e Caribe poderia gerar lucros entre US$ 600 milhões e US$ 2,5 bilhões por ano.

Um exemplo positivo citado são as Áreas Protegidas do México, como parques nacionais, que contribuem com pelo menos US$ 3,5 bilhões por ano para a economia nacional. Cada peso mexicano (cerca de US$ 0,07) investido em áreas protegidas gera 52 pesos (US$ 4) para a economia.

Turismo

América Latina e Caribe concentram 5% do mercado mundial e, segundo o documento, têm um grande potencial de expansão, pois contam com atrativos como praias e água limpa, recifes, rios cristalinos, aves, peixes, baleias e florestas. Porém, o setor é ameaçado por modelos de turismo em massa, como os vigentes no Caribe e caracterizados por grandes hotéis e resorts, cruzeiros e assentamentos urbanos de férias que utilizam aspectos não-sustentáveis. A demanda turística per capita por água potável, por exemplo, varia entre 3 e 10 vezes a de usuários residenciais da região.

Em vista disso, o estudo alerta que o turismo dedicado à natureza pode se tornar uma ferramenta vital não só para combater este modelo, como também para gerar emprego e renda em áreas subdesenvolvidas, mas ricas em recursos naturais. A atividade pode estimular a venda de artesanato, alimentação, serviços culturais e transporte para grupos de turistas, além de proporcionar outros benefícios para os mais pobres, como, por exemplo, infra-estrutura e melhoria dos serviços.

Por exemplo, a maioria dos turistas internacionais que chegou à região – entre 66% e 75% – visitou pelo menos uma área protegida, e aproximadamente 94% das empresas de turismo e hospedagem do Caribe, consultadas para o relatório, indicaram depender do meio ambiente para sua sobrevivência.

Economia global não deve melhorar em 2011, diz relatório



Fonte: Rádio das Nações Unidas (ONU)
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.


Crescimento deve ser de 3,1%, seguidos por 3,5% em 2012, taxas insuficentes para sustentar uma recuperação dos 30 milhões de postos de trabalho perdidos com a recessão.

Um relatório das Nações Unidas revela que a economia global não deve melhorar em 2011. O documento foi divulgado nesta quinta-feira na sede da ONU.

Segundo o relatório, "Estimativas e Situação Econômica Mundial 2011", a falta de empregos pode frear a possibililidade de recuperação.

Níveis Insuficientes

A previsão do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, Desa, é de que a taxa de crescimento para o próximo ano seja de 3,1%. Em 2012, a economia deve crescer 3,5%. Ambos os níveis são insuficientes para recuperar os postos de trabalho perdidos durante a recessão.

Numa entrevista à Rádio ONU antes da divulgação do relatório, o vice-chefe da Cepal, Antônio Prado, disse que os países latino-americanos precisam monitorar a situação da economia, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

Europa e Estados Unidos

"Ainda existem preocupações em relação ao que acontece nos Estados Unidos. Isso afeta alguns países da região, principalmente, México, América Central e Caribe. E também o que pode ocorrer com a Europa", explicou.

Entre 2007 e 2009, pelo menos 30 milhões de pessoas em todo o mundo ficaram desempregadas. Segundo o relatório, as medidas de austeridade fiscal de vários governos estão impedindo uma recuperação rápida de criação de postos de trabalho.

O chefe da pequisa, Rob Vos, disse que o caminho para a recuperação será longo. Segundo ele, os problemas apresentados este ano por economias de países desenvolvidos levaram à diminuição do ritmo.

Países em desenvolvimento como China e Índia continuam com performance forte, mas devem sofrer uma moderação em torno de 7% nos próximos dois anos.

Brasil

Já na América Latina, o crescimento da economia deve ser de 4%, um pouco menos do que os 5,6% que eram esperados. Considerada a locomotiva do continente, o Brasil deverá permanecer forte e ajudando no crescimento dos países vizinhos.

A recuperação também tem sido sólida na maioria do continente africano que deve crescer 5% em 2011 e 2012. Nos Estados Unidos, a projeção de crescimento é de 2,2% em 2011 e de 2,8% em 2012. Para os economistas do relatório, a recuperação de postos de trabalho nos Estados Unidos deve levar pelo menos mais quatro anos.

O relatório da ONU mostra que os países em desenvolvimento continuam puxando a recuperação global, mas este quadro sofrerá mudanças com a desaceleração das economias ricas e o fim das medidas de estímulo fiscal.

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