terça-feira, 5 de abril de 2011

Angelina Jolie pede apoio aos que fogem da Líbia e acesso humanitário aos que estão no país



Fonte: Site ONU Brasil / ACNUR







A Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR Angelina Jolie durante sua visita ao campo de Choucha, onde conversou com alguns refugiados somalis


RAS ADJIR, Tunísia, 5 de março (ACNUR) – Angelina Jolie, Embaixadora da Boa Vontade da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), viajou nesta terça para a fronteira entre Tunísia e Líbia para pedir maior apoio internacional às pessoas fugindo deste país.

Mais de 400 mil pessoas já escaparam da violência na Líbia no mês passado e se dirigiram a países vizinhos como Tunísia, Egito, Níger, Argélia, Chade e Sudão. Somente a Tunísia recebeu mais da metade deste fluxo e mobilizou uma excelente operação de ajuda humanitária.

“A demonstração de generosidade por parte da população tunisina diz muito sobre o futuro do país”, afirmou Jolie. “É um sinal da abertura que está ocorrendo na região”.

No final de fevereiro, acampamentos temporários foram construídos ao longo de sete quilômetros na Tunísia para oferecer abrigo temporário. Ao mesmo tempo, o ACNUR e a Organização Internacional para Migrações (OIM) começaram ajudar os migrantes a voltarem para suas casas por meio de um programa de retirada humanitária por via aérea. Atualmente, mais de 70 mil pessoas já foram levadas a suas casas em segurança com a ajuda do ACNUR e da OIM, mas mais pessoas continuam chegando. Cerca de 11 mil nacionais de terceiros países ainda devem ser enviados a seus países de origem.

“A comunidade internacional contribuiu bastante para fortalecer o esforço de ajuda humanitária da Tunísia”, disse a Embaixadora do ACNUR. “Mas com duas mil pessoas chegando ao país diariamente, o ritmo da doações precisa ser mantido”.

Durante sua visita, uma contribuição importante foi feita pela Fundação Jolie-Pitt para apoiar as retiradas humanitárias que estão sendo realizadas. A Fundação cobriu os custos de um vôo para 177 pessoas retornarem a seus países de origem e da aquisição de uma ambulância para apoiar os esforços tunisinos de assistência humanitária na fronteira.

“Nós encorajamos indivíduos e governos a continuar ajudando e assistindo as necessidades daqueles que estão no terreno”, disse Jolie.

Enquanto migrantes compõem a maioria das novas chegadas ao país, existem aproximadamente 2,5 mil pessoas líbias que não podem retornar às suas casas e precisam de proteção internacional.

Para a Embaixadora de Boa Vontade, “Eles estão esperando aqui sem muita esperança, incapacitados de voltar para suas casas e sem saber o que o futuro lhes prepara. Este constante ciclo de deslocamento deve terminar”.

Nesta terça, em conversas com pessoas que deixaram a Líbia recentemente, a Embaixadora do ACNUR escutou relatos de confrontos violentos dentro do país. Ela ouviu histórias angustiantes sobre os pontos de entrada nas fronteiras, assédio e agressões. Jolie pediu medidas que permitam que ONU e ONGs tenham acesso à Líbia, para distribuir assistência de emergência, incluindo alimentos e suprimentos médicos.

Jolie também escutou histórias dramáticas de africanos orientais e subsaarianos sendo deliberadamente agredidos dentro da Líbia. Muitos permanecem escondidos em situações desesperadoras, impossibilitados de se mover por medo da violência. A Embaixadora pediu que um corredor humanitário seja construído para facilitar o acesso seguro dessas populações a locais de refúgio.

Sem esse corredor, milhares de africanos orientais e subsaarianos estão fugindo da Líbia por via marítima, confiando em embarcações inadequadas oferecidas por coiotes. Nas últimas semanas, várias embarcações chegaram à pequena ilha italiana de Lampedusa e várias outras foram interceptadas na costa da Tunísia. Há relatos, também, de que algumas pessoas não estão sobrevivendo à dura travessia através do mediterrâneo.

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